"Como alocar meus investimentos para uma viagem em 2020, comprar apartamento em 5 anos e aposentadoria?" - Top Space

"Como alocar meus investimentos para uma viagem em 2020, comprar apartamento em 5 anos e aposentadoria?"

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"Como alocar meus investimentos para uma viagem em 2020, comprar apartamento em 5 anos e aposentadoria?"

Três variáveis são fundamentais: o capital principal, os juros, e o tempo




Realizar objetivos de vida nem sempre é uma tarefa fácil, por isso precisamos ter disciplina para guardar dinheiro, saber onde e quando aplicar e principalmente paciência. Vivemos em um país onde os juros são compostos, de modo que três variáveis são fundamentais: o capital principal, os juros que incidiram sobre o capital, e o tempo.

Vamos exemplificar com um jovem de 25 anos que pode economizar R$ 500 por mês de um salário mensal de R$ 1.500. Vamos começar com o objetivo mais longínquo, que é a aposentadoria. Para ele manter no mínimo o mesmo padrão de vida atual (ou próximo disso) em sua aposentadoria, deverá aplicar em torno de 10% de sua renda atual, ou seja, R$ 150 reais por mês. Para isso, ele poderá aplicar em um produto pós-fixado ou prefixado mais um índice de preços no qual o montante seja corrigido pela inflação, de modo que o poder de compra estaria preservado ao longo do tempo. Junto, pode-se utilizar um conceito conhecido como 1, 3, 6, 9, que diz o seguinte, segundo Macedo, Iglesias e Hills (2014): aos 35 anos, a pessoa precisa ter acumulado o equivalente a um ano de salário; aos 45, necessita ter três anos; aos 55, seis anos; e aos 65, pelo menos nove anos de salário para assegurar, durante a fase pós-laboral, um padrão de vida próximo ao que mantinha enquanto estava na ativa.

Um outro produto eficiente a longo prazo é a previdência privada. Tanto o VGBL quanto o PGBL não possuem come-cotas semestrais e, dentro da tributação decrescente, após 10 anos podem chegar a 10% de IR sobre a rentabilidade, no caso do VGBL. Entretanto, se a tributação escolhida for a compensável, no momento do resgate, será tributado 15% na fonte e o rendimento da aplicação contabilizará como renda para o investidor e deverá ser ajustado no IR anual, podendo chegar a até 27,5% de IR sobre o rendimento (VGBL). Também se pode optar pelo PGBL, em virtude de seus benefícios fiscais no IR, que incidirá sobre o principal mais rentabilidade, independentemente da tributação escolhida.

Vamos ao segundo objetivo, que é a casa própria. É preciso um bom planejamento financeiro e muita disciplina. Tendo um orçamento de R$ 350 mensais em um prazo de apenas cinco anos, o valor da entrada do imóvel pode não ser o suficiente para amortizar um bom valor do total do imóvel. É possível que com o passar do tempo seja necessário revisar um novo valor mensal para o pagamento das prestações seguintes até a quitação do imóvel.

Uma vez aplicando R$ 350 por mês em um produto conservador ou ainda prefixado, desde que seu prazo de vencimento não ultrapasse cinco anos e que renda aproximadamente 0,53% a.m., teríamos, em cinco anos, em torno de R$ 24.646,78 bruto (sem descontar o IR sobre a rentabilidade). Entretanto, hoje para financiar uma casa é necessário no mínimo 30% de entrada. Se levarmos em consideração que um imóvel está em torno de R$ 270 mil, seria necessário um montante de R$ 81 mil somente para a entrada. Com um desembolso mensal em torno de R$ 350 mensais, teríamos que estender este prazo de cinco anos para aproximadamente 12 anos e 8 meses.

Por isso, é importante sempre que possível aumentar os valores de investimento e revisar o desembolso mensal, uma vez que este montante atual pode não ser o suficiente para realização de todos estes objetivos nos prazos almejados. Acredito que, neste momento, seria importante focar nos objetivos mais importantes e, havendo uma sobra financeira excedente, aí sim, incluir o terceiro objetivo, que é a viagem.
Por se tratar de um prazo relativamente curto e desde que não seja uma viagem que requeira grandes gastos, o melhor investimento seria uma aplicação pós-fixada atrelada à taxa de juros, que tenha baixo risco e alta liquidez, uma vez que este recurso também pode ser usado como uma reserva para emergência.

Sugiro que se faça um acompanhamento financeiro semestralmente, para revisão destas aplicações com relação a prazo, desembolso mensal e cenário econômico.

Fonte: ÉPOCA NEGÓCIOS

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